Comunidade de leitores "Sábados de Leitura" | Literatura lusófona | fevereiro 2025

REDE MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS DE ALMADA


Comunidade de leitores 

"Sábados de Leitura" | Literatura lusófona

Feijó | 2025


REPORTAGEM FOTOGRÁFICA

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Nesta sessão abordámos a obra "Luuanda", de Luandino Vieira (Angola)


Luuanda é um conjunto de três estórias, “Vavó Xíxi e seu neto Zeca Santos”, “Estória do ladrão e do papagaio” e “Estória da galinha e do ovo”, com que o autor, de forma sublime, retrata as diversas facetas da vida angolana durante o colonialismo.

Em 1965, o júri da Sociedade Portuguesa de Escritores atribuiu a Luuanda o Grande Prémio da Novelística a um jovem escritor então desconhecido. Com a particularidade de, na altura da atribuição do galardão, o autor estar prisioneiro num campo de concentração, a cumprir uma pena de 14 anos por «práticas terroristas».


José Luandino Vieira nasceu a 4 de maio de 1935, na Lagoa do Furadouro (Portugal). É cidadão angolano e participou ativamente no movimento de libertação nacional, contribuindo para o nascimento da República Popular de Angola. Passou toda a infância e juventude em Luanda, onde fez o ensino secundário. Exerceu diversas profissões até ser preso em 1959, sendo depois libertado. Posteriormente, em 1961, foi de novo preso e condenado a 14 anos de prisão e medidas de segurança. Transferido, em 1964, para o campo de concentração do Tarrafal, onde passou oito anos, foi libertado em 1972, em regime de residência vigiada em Lisboa. Iniciou então a publicação da sua obra, escrita, na grande maioria, nas diversas prisões por onde passou, destacando-se os seguintes livros: A cidade e a infância (1960); A vida verdadeira de Domingos Xavier (traduzido para várias línguas, constituindo também a base do filme Sambizanga, realizado por Sarah Maldoror); Luuanda (traduzido também para várias línguas, recebeu o Prémio Literário angolano Mota Veiga em 1964 e o Grande Prémio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores em 1965, o que causou violenta reação por parte do Estado Novo); Vidas novas (narrativas escritas em 1962 no Pavilhão Prisional da PIDE em Luanda, apresentadas ao concurso literário da Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, tendo sido distinguidas com o Prémio "João Dias", em 1962); Velhas estórias; João Vêncio: os seus amores .

Em 2006 foi distinguido com o Prémio Camões, o mais alto galardão da literatura portuguesa.